segunda-feira, 25 de abril de 2011

MetaReciclagem

A MetaReciclagem é uma rede distribuída que atua desde 2002 no desenvolvimento de ações de apropriação de tecnologia, de maneira descentralizada e aberta. A rede começou em São Paulo em parceria com a ONG Agente Cidadão, como um projeto de captação e remanufatura de computadores usados que posteriormente eram distribuídos para projetos sociais de base.
A MetaReciclagem sempre teve por base a desconstrução do hardware, o uso de software livre e de licenças abertas, a ação em rede e a busca por transformação social. Desde então, a MetaReciclagem teve a oportunidade de atrair centenas de colaboradores e influenciar a criação e a implementação de diversos projetos de grande alcance. Recebeu menções honrosas no Prix Ars Electronica 2006 (categoria Digital Communities) e Prêmio APC Betinho de Comunicação (2005), e foi listada como pré-selecionada no Prêmio APC Chris Nicol de Software Livre em 2007. Em 2009, foi contemplada com o Prêmio Mídia Livre, do Ministério da Cultura. A partir do intercâmbio com a plataforma Waag-Sarai (Holanda-Índia), a MetaReciclagem passou a definir-se não mais em função de um grupo que reciclava computadores, mas uma rede aberta que promovia a desconstrução e apropriação de tecnologias.


Biocombustíveis e sustentabilidade

Projeto: Remanufatura de Computadores

O projeto funciona em parceria com a Prefeitura de São Paulo e suas atividades foram iniciadas em agosto de 2008, oferecendo qualificação profissional na área de tecnologia com reciclagem de computadores a 120 jovens de 16 a 20 anos por semestre, além de possibilitar nivelamento de português, matemática e inclusão digital.
O computador chega às mãos dos garotos assim...

… e fica assim.
Pudemos ver detalhes dessa ação inovadora, com diversificadas linhas de impacto:
  • Ambiental: por livrar o meio ambiente de máquinas que seriam descartadas na natureza sem cuidados específicos, a chamada poluição tecnológica;
  • Econômico: possibilitando qualificação profissional a jovens de baixa renda, além de oferecer através da Secretaria do Trabalho bolsa-auxílio no valor de R$ 200;
  • Social: gerando novas perspectivas de inserção no mercado de trabalho numa área em franca expansão mundial e mudanças de valores dos jovens atendidos através da orientação profissional.


Pequena amostra de bancada de trabalho.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Carta escrita no ano 2070


Estamos no ano 2070 e acabo de completar os 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85.
Tenho sérios problemas renais porque bebo pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.
Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro por  cerca de uma hora.
Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele. Antes todas as mulheres mostravam a sua formosa cabeleira. Agora devemos raspar a cabeça para  mantê-la limpa sem água.
Antes o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDE DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a água jamais  podia terminar.
Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes a quantidade de água indicada como ideal para beber era oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo.
A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.
A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas,  já  que não temos a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastro-intestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.
A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-te com água potável em vez de salário.
Os assaltos por um galão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele uma jovem de 20 anos parece como se tivesse 40.
Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água. O oxigênio também está degradado por falta de árvores o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.
Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos, como consequência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações.
O governo já nos cobra pelo ar que respiramos: 137m3 por dia por habitante adulto. As pessoas que não pode pagar são retiradas das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar, não são de boa qualidade mas pode-se respirar, a idade média é de 35 anos.
Em alguns países existem manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército. A água é agora um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui já não há árvores porque quase nunca chove, e quando chega a registrar-se uma precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano tem sido severamente transformadas pelos testes atômicos e da industria  contaminante do século XX. Advertiam-se que havia que cuidar o meio ambiente e  ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, a chuva, as flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o quão saudável que as pessoas eram.
Ela pergunta-me: "Papai, porque acabou a água?" Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que destruiu o meio ambiente ou simplesmente não tomamos em conta tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco tempo, porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.
Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer alguma coisa para salvar o nosso Planeta Terra!


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Carta da Terra

 PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.

Terra, Nosso Lar
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

Desafios Para o Futuro
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.
Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.

PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, em longo prazo, a
prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.

Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes
desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.

10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.
c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com
transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas
atividades.

11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.

IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição.
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.

15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.

16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.

O CAMINHO ADIANTE

Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca
iminente e conjunta por verdade e sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.

Fonte:
http://www.unimonte.br/sustentabilidade
Uma hora volta pra você

Campanha da freaternidade-“A criação geme como em dores de parto”.

“A Campanha da Fraternidade de 2011, reflete a questão ecológica, com foco, sobretudo, no problema das mudanças climáticas. Ela se coloca em sintonia com uma cultura que está se expandindo cada vez mais, em todo o mundo, de respeito pelo meio ambiente e do lugar em que Deus nos coloca, não só para vivermos e convivermos, mas também para fazer deste o paraíso com o qual tanto sonhamos”, disse dom Dimas.
A Campanha da Fraternidade terá início na Quarta-feira de Cinzas, 9 de março de 2011, e se estende por toda a Quaresma.
Questionado se a escolha do lema “A criação geme como em dores de parto” foi feita em virtude das discussões acerca do aborto que ocorre neste período eleitoral, o presidente da CNBB disse que não e explicou o processo de definição dos temas da Campanha da Fraternidade.
“Essa escolha (do tema da CF-2011) não se fez agora, no contexto das discussões do momento atual. A escolha do tema de 2012, inclusive, já foi definida. Esse processo acontece com dois anos de antecedência”, disse. “O tema Fraternidade e vida no planeta inclui a questão do aborto, mas não se esgota nisso”, acrescentou o arcebispo.
      O secretário Executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias,presenteou os jornalistas com um texto-base da Campanha, documento que aprofundada o tema proposto. “O objetivo da campanha é de contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participarem dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta”, declarou o padre.




 

  Maracanaú, a exemplo de muitos outros municípios brasileiros,
vem nos últimos anos, se preocupando com a preservação
ambiental e o desenvolvimento sustentável de suas comunidades.
Dentre muitas ações realizadas, da retomada do Fórum para
Construção da Agenda 21 Local, em 2005.Reflexo destas ações
foram as premiações consecutivas, através do Programa Selo
Município Verde, que afirmaram o compromisso da Gestão, desta
forma, consolidando uma política de sustentabilidade local voltada
para uma construção saudável em consonância com a população.
   O início do processo ocorreu em março de 2001, através da
constituição do Fórum, conforme Lei Municipal nº882, de 18 de
dezembro de 2001.  O trabalho começou a ser implementado a
partir da sensibilização da comunidade, através de seminários e
reuniões setoriais, seguindo a metodologia do Passo a Passo e
observando os princípios e estratégias da Agenda 21 Brasileira.
A Agenda 21  pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econônica.


Fonte:www.maracanau.ce.gov.br/meio-ambiente/agenda-21-de-maracanau.html

Resumo dos capitulos 1,2,3.

   Os conceitos não esgotam o mundo,não abarcam nunca a totalidade do real.Um  bom exercício para renovar nossa visão do mundo é,as vezes,trocar as lentes,para ver as mesmas paisagens com os olhosa diferentes.Isso significa  “desnaturalizar” os modos de ver que tínhamos como óbvios.Podemos fazer isso questionando conceitos já estabilizados em muitos campos da experiência humana,criando,dessa maneira,espaço para novos aprendizados e para a renovação de alguns de nossos pressupostos de vida.Essa visão naturalizada tende a ver a natureza como o mundo de ordem biológica,essencialmente boa ,,pacificada,equilibrada,estável em suas interações ecossistemmicas,o qual segue vivendo como autônomo e independente da interação com o mundo cultural humano.quando essa interação é focada,a presença humana amiúda aparece como problemática e nefasta para a natureza.
   A natureza do naturalismo é aquilo deve permanecer fora do alcance do ser humano.Podemos usar uma nova lente,a natureza e os homens ,bem como a sociedade e o ambiente ,estabelecem uma mutua relação e co-pertenção ,formando um único mundo.Observa-se que ,em muitos dos ambientes naturais considerados “intactos”,é possível reconhecer  vestígios das trocas e transformações geradas pela presença humana.
    A visão socioambiental orienta-se por uma racionalidade complexa e interdisciplinar e pensa o meio ambiente não como sinônimo de natureza intocada,mas como um campo de interações entre a cultura,a sociedade e a base física e biológica dos processos vitais,no qual todos os termos dessa relação se modificam denamica e muutuamente.A conseqüência de uma visão predominante naturalista-conservacionista é a redução do meio ambiente a apenas uma de suas dimensões,desprezando a riqueza da permanente interação entre a natureza e a cultura humana.
    A visão socioambiental trata-se de reconhecer que,para aprender a problemática ambiental,é necessária um visão complexa de meio ambiente,em que a natureza integra uma rede de relações não apenas naturais mas também sociais e culturais.
    A palavra ecologia ,alem de designar uma área de conhecimento cientifico,foi associado aos movimentos e praticas sociais que ganharam as ruas e conquistaram muitos adeptos para o projeto de mudança da sociedade em uma direção “ecológica”.
As idéias ecológicas tiveram origem em um momento da historia recente em que a utopia e as energias para a transformação da sociedade estavam em alta.
  O ecologismo é,reconhecimento,herdeiro direto desses macromovimentos,resgatando seu traço distintivo:a luta por autonomia e e emancipação em relação a ordem dominante e a afirmação de novos modos de vida.Discurtir o ecologismo sem sirua-lo em relação aoambiente utópico que lhe da origem e a sua filiação contracultural seria reduzir a compreeensao daquilo que fundamentalmente o inspira e lhe confere poder de atração e convocação a ação .
   Ao levar a problemática ambiental para a esfera publica,o ecologismo confere ao ideário ambiental uma dimensão política.A crtica ecológica sirua-se entre as vozes contestatórias do estilo de vida comteporaneo ,denuciando sua face materialista ,agresora do meio ambiente e bélica.Isso,contudo,não significa que o ecologismo abandone todos os ideais da modernidade ocidental,pois continua preconizando valores éticos e democráticos,bem como uma educação virtuosa do sujeito ecológico.
     Os anos 70 destacam-se como a década em que começa a configurar-se um conjunto de ações,entidades e movimentos que se nomeiam ecológicos ou ambientais e,no plano governamental,uma estrutura istitucional voltada para a regulação ,legislação e controle das questões de meio ambiente.Dessa forma ao despontar,nos anos 70,o movimento ecológico brasileiro nasce em uma sociedade que,por um lado,esta inserida em um contexto internacional e tenta responder as políticas desenvolvimentistas .
   Podemos dizer que o movimento ecológico no Brasil será op resultado do encontro de dois contextos socioculturais:1.o contexto internacional da critica contracultural e das formas de luta do ecologismo europeu e norte –americano .2.o contexto nacional,em que a recepção do ideário ecológico acontece no âmbito da cultura política e dos movimentos sociais do Pais,assim como da America Latina.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Materialismo

     Materialismo é a corrente filosófica que admite como causa de todos os fenômenos do Universo a matéria e suas propriedades. Nega a existência de um princípio inteligente independente da matéria. A inteligência e sentimentos humanos seriam atributos da matéria. A Consciência nasceria com o desenvolvimento do sistema nervoso no feto e morreria junto com o corpo na falência do encéfalo. A mente seria uma secreção do cérebro, como a bile é uma secreção do fígado, o suco gástrico do estômago e a urina dos rins .
Abstendo-nos de estudar as origens históricas do materialismo, podemos refletir sobre o que leva um Espírito imortal negar a própria realidade. Notemos que a idéia se alastra entre as pessoas dedicadas a desvendar a Verdade pelo método mais rigoroso e seguro, a Ciência. Entre as Ciências Naturais, particularmente aquelas cujo objeto de estudo é o corpo humano, a Anatomia e a Fisiologia, encontramos pesquisadores de renome ridicularizarem o Espiritualismo, ou seja, a concepção científico-filosófico-religiosa da existência da alma . Tal é a desarmonia entre as idéias inatas clamando pela imortalidade e a crença artificial do nada, que o materialista pode ser considerado como portador de um desvio mental, de causa inexata, como uma excrescência nascida de um pequeno cisto, mas agora espalhando metástases .
Citemos um exemplo. No século XX, com os avanços da neurofisiologia e da neurocirurgia, o sistema nervoso pôde ser mais intimamente investigado. Como o cérebro em si não possui nervos para dor e tato em sua superfície, experimentos com humanos foram feitos atuando-se diretamente no cérebro exposto de voluntários. Dessa forma, através de microeletrodos geradores de pequenas correntes elétricas em células nervosas, foram determinadas com precisão as área cerebrais que comandam cada músculo voluntário do corpo. Nesse caso, o indivíduo fica desacordado e o pesquisador cataloga qual músculo é ativado frente a um estímulo elétrico numa área do cérebro . Observemos as conclusões do materialismo: "a mente humana é, portanto, um conjunto de impulsos nervosos (elétricos) percorrendo o encéfalo".
Todavia, esse experimento nos faz lembrar as reflexões de Allan Kardec, no século XIX, quando toma como modelo as batidas de um sino numa antiga cidade : o sino é matéria e portanto não toca pela vontade própria, assim como um corpo sem o Espírito; mas quando às 18 horas ele soa, as pessoas da cidade entendem a mensagem e sabem que, na verdade, é uma inteligência externa a ele que o comanda; porém, quando o sino soa aleatoriamente, todos entenderão que não há mensagem alguma, e possivelmente o vento o balançou. A análise neurofisiológica citada indica evidentemente que o cérebro comando o corpo, no entanto sozinho não é nada, pois quando a inteligência encarnada não agia (por efeito do anestésico) foi necessário uma outra inteligência externa, o pesquisador, para ativá-lo.

fonte:http://www.espirito.com.br/portal/artigos/diversos/ciencia/materialismo-e-ciencia.html

Dialética

A dialética é, propriamente falando, a arte de discutir. A arte do diálogo. Como, porém, não discutimos só com os outros, mas também conosco próprios, ela acaba sendo considerada o método filosófico por excelência. Entre os gregos, chamava-se ainda dialética à arte de separar, distinguir as coisas em gêneros e espécies, classificar idéias para poder discuti-las melhor (cf. Platão, Sofística, 253c)
Com o passar do tempo o termo evolui para um sentido mais preciso, designando "uma discussão de algum modo institucionalizada, organizando-se habitualmente em presença de um público que acompanha o debate – como uma espécie de concurso entre dois interlocutores que defendem duas teses contraditórias. A dialética eleva-se, então, ao nível de uma arte, arte de triunfar sobre o adversário, de refutar as suas afirmações ou de o convencer"
primeiro sentido da dialética pode ser encontrado em Zeno de Eléia, com os argumentos dialogados, para afirmar a doutrina parmediciana da mobilidade do Ser e das idéias, contra a doutrina do movimento e das experiências sensíveis, assinalada desde os jônios.
Sócrates inaugura uma nova dialética, que compreende duas partes: a ironia e a maiêutica. Na ironia ou refutação da pseudociência, Sócrates procurava confundir o interlocutor acerca do conhecimento que este tinha das coisas. Posteriormente, fazia-o penetrar em novas idéias. Dizia que seu método consistia em parir idéias, à semelhança de sua mãe, que paria crianças.
Para Platão, a dialética é o movimento do espírito que marcha para a verdade, movimento cujo símbolo ele deu na célebre alegoria da caverna.
Na classificação de Aristóteles, "a dialética pertence às ciências poéticas e não à lógica".
Para os estóicos, faz parte da lógica: "ciência do verdadeiro e do falso ou nem de um nem de outro".
Na Idade Média, a dialética constitui com a gramática e a retórica, o Trivium.
O Renascimento depreciou a dialética.
O sentido depreciativo permanece em Kant: lógica das aparências, reguladora das idéias que não podem ser explanadas por via científica.
Foi primeiro com Hegel, depois com Marx e Engels, que a dialética apareceu com função essencial na teoria do conhecimento.
Para o marxismo, a filosofia consiste em reconstruir, com a dialética da razão, a dialética da realidade. (Soares, 1952)
Dialética marxista
Karl Marx e Friedrich Engels (1820-1895) reformam o conceito hegeliano de dialética: utilizam a mesma forma, mas introduzem um novo conteúdo. Chamam essa nova dialética de materialista, porque o movimento histórico, para eles, é derivado das condições materiais da vida.
A dialética materialista analisa a história do ponto de vista dos processos econômicos e sociais e a divide em quatro momentos: Antiguidade, feudalismo, capitalismo e socialismo. Cada um dos três primeiros é superado por uma contradição interna, chamada "germe da destruição". A contradição da Antiguidade é a escravidão; do feudalismo, os servos; e do capitalismo, o proletariado. O socialismo seria a síntese final, em que a história cumpre seu desenvolvimento dialético.
 fonte:http://www.ceismael.com.br/filosofia/dialetica.htm

Genebaldo Freire


1. Formação:
Bacharel (BD)) , Mestre (M.Sc) e Doutor (PhD) em Ecologia, UnB, Brasília, DF
2. Ocupação atual: Professor, Pesquisador e Diretor do Programa de Mestrado e Doutorado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília (UCB), onde também coordena o Projeto de Educação Ambiental.
3. Principais Livros Publicados:
- Populações marginais em ecossistemas urbanos (IBAMA, Brasília)
- Educação Ambiental – princípios e práticas (Gaia, SP)
- Atividades interdisciplinares de educação ambiental (Gaia, SP)
- Pegada Ecológica e sustentabilidade humana (Gaia, SP)
- Ecopercepção (Gaia, SP)
- Antropoceno – iniciação à temática ambiental (Gaia, SP)
- 40 contribuições pessoais para a sustentabilidade (Gaia, SP)
- Educação e Gestão ambiental (Gaia, SP)
Em processo de publicação:
- Fogo, sonhos e desafios (Prevfogo/Ibama, Brasília, DF);
- Queimadas e Incêndios Florestais – cenários e desafios: subsídios para a educação ambiental (Prevfogo/Ibama, Brasília, DF);
- Mudança ambiental global – cenários, desafios, governança e oportunidades (prelo);
- Relatório Homo Sapiens (prelo)
- Dinâmicas e experimentação para educação ambiental (prelo)
4. Principais cargos exercidos na área ambiental:
- Diretor da Área de Controle de Poluição da Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do DF , 1987/1988;
- Secretário Adjunto da Secretaria de Ecossistemas da SEMA/MINTER, novembro ,1988;
- Chefe da Divisão de Educação Ambiental do IBAMA, Brasília, 1989;
- Diretor do Parque Nacional de Brasília (Parque da Água Mineral), IBAMA , Brasília, 1992/95 e Coordenador do Núcleo de Educação Ambiental (1998 – 2006);
- Coordenador do Projeto de Educação Ambiental da UCB (1999- );
-Coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação Ambiental do Prevfogo- Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais /Ibama, Brasília, DF (2007 - );
- Diretor do Programa de Mestrado e Doutorado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília (2008 - ).
Entrevista com Genebaldo Freire :
- Professor Genebaldo, conte-nos como surgiu o seu interesse pela Educação Ambiental e desde quando você se dedica a esta prática? O que o levou a escolher este caminho?

Comecei a lecionar aos 17 anos (Física). A educação sempre me fascinou. Queria novos caminhos, propostas. Buscava sempre a prática.  Depois como professor de Química e Biologia, pude reunir esses conhecimentos, ampliando a percepção dos processos naturais.

Sempre tive curiosidade sobre as formas como a natureza se organizava, funcionava. Buscava sempre respostas para nossos comportamentos (como mamíferos e como ser eucultural).

Daí, nos anos 70 veio a poluição, baía de minamata, Estocolmo e toda aquela revolução.  Daí foi um pulo!

- Como você percebe a Educação Ambiental (EA) de uma forma geral? Você poderia definir a EA em poucas palavras?


Defino como umas forma de ampliar a percepção socioambiental e reduzir a pegada ecológica humana.

Percebo como um processo por meio do qual se tenta reduzir sofrimentos evitáveis, combater o analfabetismo ambiental e ampliar as chances evolutivas da espécie humana.

- Fale-nos um pouco sobre suas perspectivas em relação à Educação Ambiental: você percebe mudanças significativas nas pessoas, ao longo destes anos trabalhando com a EA?

Percebo sim. No Brasil essas questões ambientais estão presentes nas empresas, nos negócios, nos governos, nas comunidades.  Temos entretanto, resistências fantásticas dentro das escolas particulares e das universidades.  Nas escolas, molda-se o processo educativo em função de vestibular, de conteúdos. Uma falácia. A escola deve preparar a pessoa para a vida, para ser interdisiciplinar, interativo, cooperativo, emotivo. Deve atentar para os desafios evolucionários.   As universidades, em sua maior parte, são caquéticas, ultrapassadas, engessadas por grossas camadas de vaidades.  Preparam pessoas para um mundo que não existe mais. Avessas a mudanças, continuam seu caminho koyaanisqatysi (filme do Francis Ford Coppolas, 1998, em dvd, recomendo).

Porém, é bom acentuar que as pessoas ainda não mudaram o suficiente - em qualidade e quantidade - para produzir mudanças em prováveis rotas de colisão com a insustentabilidade. Continuamos na mira do meteoro. Ultrapassamos vários sinais de alerta e não temos sinalizações que as mudanças políticas necessárias estão sendo tomadas.
Essa é a grande luta.





Michèle Sato

 Michèle Sato,doutora em ciências, professora e pesquisadora universitária e com forte inserção na área educação-ambiental.
   Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas (1982), mestrado em Filosofia (1992), doutorado em Ciências (1997) e pós-doutorado em Educação (2007). Atualmente é docente da Universidade Federal de Mato Grosso, docente credenciada na pós-graduação em ecologia da Universidade Federal de São Carlos, consultora – United Nations Educational Scientific And Cultural Organisation, – Também é aficionada em fotografia e poesia. 
      entrevista com michèle Sato:
michèle, conte-nos como surgiu o seu interesse pela Educação A  ambiental         (EA) e de       que    desde  qando você se dedica a ela c  com,m tanto fervor. Como foi essa trajetória?

seja nas pequeninas vidas, bem como nos sistemas cósmicos que regem o mundo. Suas palavras incentivaram à bondade humana no cuidado com outras formas de vida. E que como retornamos à Terra, teríamos que cuidar dela. O respeito e o gosto pela natureza me conduziram a escolha pela Biologia. Ingressei no mestrado em oceanografia, e me frustrei durante o projeto Antártida. Fui dar aula em escola da periferia de São Paulo e me apaixonei - tanto pela educação como pela luta de inclusão social. Depois fui cair na filosofia para um mestrado na Inglaterra, fiz uma trajetória inversa no doutorado em Ecologia na UFSCar e sou professora da Pedagogia na UFMT. Enfim, hoje sou esta metamorfose ambulante sem definição. Ora filósofa, ora poeta, ora educadora, ora ecologista, ora tudo isso misturado. E gosto destas múltiplas personalidades, e não abriria mão de nenhuma delas.

- Como você percebe a Educação Ambiental, de uma forma ampla e global?

* Um projeto de vida que luta pela democracia participativa, na busca da inclusão social através da justiça ambiental e proteção ecológica. Para além de espaços escolarizados, para além de comunidades, um projeto de construção de uma Nação, chamada Brasil. Acho que não temos o sentido de brasilidade, dá certo status falar mal dos políticos, criticar sem reconhecer que o Brasil somos nós, e que de nós depende o Brasil de nossos sonhos. Morei fora do Brasil durante muito tempo, tanto em países ditos ricos como pobres. Estou convicta de que aqui é o melhor lugar do mundo e que a nossa EA made in Brazil é bonita, criativa, crítica e propositiva.

 Um pouco do seu trabalho: