sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dialética

A dialética é, propriamente falando, a arte de discutir. A arte do diálogo. Como, porém, não discutimos só com os outros, mas também conosco próprios, ela acaba sendo considerada o método filosófico por excelência. Entre os gregos, chamava-se ainda dialética à arte de separar, distinguir as coisas em gêneros e espécies, classificar idéias para poder discuti-las melhor (cf. Platão, Sofística, 253c)
Com o passar do tempo o termo evolui para um sentido mais preciso, designando "uma discussão de algum modo institucionalizada, organizando-se habitualmente em presença de um público que acompanha o debate – como uma espécie de concurso entre dois interlocutores que defendem duas teses contraditórias. A dialética eleva-se, então, ao nível de uma arte, arte de triunfar sobre o adversário, de refutar as suas afirmações ou de o convencer"
primeiro sentido da dialética pode ser encontrado em Zeno de Eléia, com os argumentos dialogados, para afirmar a doutrina parmediciana da mobilidade do Ser e das idéias, contra a doutrina do movimento e das experiências sensíveis, assinalada desde os jônios.
Sócrates inaugura uma nova dialética, que compreende duas partes: a ironia e a maiêutica. Na ironia ou refutação da pseudociência, Sócrates procurava confundir o interlocutor acerca do conhecimento que este tinha das coisas. Posteriormente, fazia-o penetrar em novas idéias. Dizia que seu método consistia em parir idéias, à semelhança de sua mãe, que paria crianças.
Para Platão, a dialética é o movimento do espírito que marcha para a verdade, movimento cujo símbolo ele deu na célebre alegoria da caverna.
Na classificação de Aristóteles, "a dialética pertence às ciências poéticas e não à lógica".
Para os estóicos, faz parte da lógica: "ciência do verdadeiro e do falso ou nem de um nem de outro".
Na Idade Média, a dialética constitui com a gramática e a retórica, o Trivium.
O Renascimento depreciou a dialética.
O sentido depreciativo permanece em Kant: lógica das aparências, reguladora das idéias que não podem ser explanadas por via científica.
Foi primeiro com Hegel, depois com Marx e Engels, que a dialética apareceu com função essencial na teoria do conhecimento.
Para o marxismo, a filosofia consiste em reconstruir, com a dialética da razão, a dialética da realidade. (Soares, 1952)
Dialética marxista
Karl Marx e Friedrich Engels (1820-1895) reformam o conceito hegeliano de dialética: utilizam a mesma forma, mas introduzem um novo conteúdo. Chamam essa nova dialética de materialista, porque o movimento histórico, para eles, é derivado das condições materiais da vida.
A dialética materialista analisa a história do ponto de vista dos processos econômicos e sociais e a divide em quatro momentos: Antiguidade, feudalismo, capitalismo e socialismo. Cada um dos três primeiros é superado por uma contradição interna, chamada "germe da destruição". A contradição da Antiguidade é a escravidão; do feudalismo, os servos; e do capitalismo, o proletariado. O socialismo seria a síntese final, em que a história cumpre seu desenvolvimento dialético.
 fonte:http://www.ceismael.com.br/filosofia/dialetica.htm

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